12 de agosto de 2009
Bolas de Berlim
Calcei os chinelos e naquele flip-flop abandalhado saí porta fora.
O quente abrazava-me o corpo, de forma a que sentia o calor ocre a queimar-me os braços, o pescoço, as costas.
Molhei o corpo de sal, que me sabia a refresco e deixei-me envolver pela espuma venusiana que me chegava aos pés.
Sentei-me. Fiquei à espera de um qualquer toque leve, que me chamasse de volta. Ninguém me tocou. Fiquei lá.
Olh´a bola de berlim... com creme, sem creme...
Olh´a batata frita...
Apetece trincar aquele conforto do bolo e lambuzar a boca de açucar à medida que os torrões se desfazem entre cada lambidela no creme. Lambuzei-me. Envolvi-me sofregamente naquela textura e deixei todo o meu corpo prová-la.
Anda para aqui, Ricardo Manuel!
Mas o Ricardo Manuel já tinha fugido para a rebeldia das ondas, enquanto o balde vermelho se enchia de areia e água clarinha.
O burburinho foi acalmando, dissipando-se, e eu... eu transpirei, deixando o acastanhado da pele suar de contentamento.