11 de março de 2010

Ando em zaragatas comigo mesma neste alheamento de ruas à minha volta.
Salto poças, tropeço em pedras, mergulho num chão áspero de calçada pontiaguda, que me rasga a roupa e me faz sangrar os joelhos.
Tenho as mãos esfaceladas, aleijadas, torcidas de tanto não querer cair. Mas caio! Ajoelho-me perante as artérias ruidosas da cidade ao meu redor. Do mundo. Da vida que me anestesia e me saúda com tropeços e majestades de menina mimada.
Quero tanto tudo mais, mas continuo a ver as cicatrizes abertas nas estradas por onde passeio o meu corpo. Quero tanto parar, encostar-me ao banco do jardim e ficar. Quero dormir, sentir o sol a bater na cara e as pernas caídas com os pés escarrapachados na relva verde e húmida que o descanso permite.
Vou fechar os olhos. Vou ficar aqui parada a ver se adormeço o cansaço.