eu - hoje o sol confundiu-se com a minha vontade, aquecendo também a espera, a essência da ânsia. Coisas que se sentem quando, encostada a uma parede alta se fica à espera de alguém, e somos surpreendidos por um beijo no pescoço repenicado e guloso, daqueles que dá vontade de saborear. Os olhos agoram olham-se entre si e tudo parece firme e nosso, só nosso.
tu - aquilo que é nosso os olhos não vêm e envergonha o sol. Não fizeram ainda paredes suficientemente altas e ásperas para te separar dos meus beijos. Nossos beijos... quente e húmidos, presentes e ausentes...
eu - gostava de te beijar por baixo do sol, quando a água faz cócegas nos pés e o frio do arrepio percorre o tronco. Gostava. Confundir a minha mão com a areia quente e sentir os grãos entre os dedos, a envolvência da presença... à medida que o aperto se torna mais próximo... sempre.
tu - a pele quente e as gotículas de suor que escorrem preguiçosas até ao teu umbigo. Não deve haver pressas quendo se faz amor. É um acto divino...