Cheira a carvão, cheira à carne que roda no espeto e à febra que se deita na brasa. O carvão fuma-se em cada dentada que uma bifana permite.
Sim, ontem fui à festa!
Ora era barraca que se apropriava da rua, expondo as suas vísceras, ora era o barulho dos fritos, que salpicavam a cara do fartureiro, com os dedos besuntados de açucar e aroma do Sri Lanka.
Pregões não haviam, apenas o lamúrio das gentes que se cruzavam entre balões bem tesos de encontro ao céu e música caprichosa dos gigantes de metal, que continuam a querer chocalhar quem se senta neles para mais uma voltinha.
E foi isso mesmo o que eu fiz... mais uma voltinha, mais um respirar de cheiros que ficam na casa das memórias, mais um mergulho na ebulição de quem não se conhece, mas que vai ao mesmo que eu. À festa.
Para o ano há mais, este ano o rio já se calou, o santo voltou para o altar e os foguetes rebentaram todos no ar.