19 de outubro de 2009
búzio
Cheirava tanto a mar, que o barulho das ondas ficava camuflado por aquela mistura de rodófitas e sal. A janela aberta, de cortinas corridas, deixava entrar a luz que chegava aos olhos e tornava-me mais atenta, mais desperta, mais entregue. O azul da imensidão não se misturava comigo mas bailava nos meus olhos de forma estonteante. Saí lá para fora... para sentir melhor, para me aproximar do que via. E foram as tábuas, por baixo dos pés - passadeiras intensas de madeira recortada por espaços de vertigens - que me conduziam por caminhos de descoberta e de proximidade com o som camuflado que se derretia na areia da praia. E foi assim, ficar sentada e deixar que o mar me inundasse os sentidos.