4 de janeiro de 2010

Continuo à espera que apareçam hipopótamos

Gonçalo Elias

Há aqueles lugares que a nossa mente tende a deslocar quer de sentidos, emoções e mesmo de zonas. Parece que viajam estrada fora, estacionam à janela da nossa visão e instalam-se num "para sempre" lá de baixo.

Este é um local assim...

Continuo à espera que apareçam hipopótamos, crocodilos e quem sabe, até dinossauros por entre aquelas canas pachorrentas e esvoaçantes da lagoa... apetece-me esperar e ficar para descobrir que, no meio de tudo aquilo que não consigo ver, os hipopótamos talvez andem por lá, escondidos, a dormitar, comer, deambular e quem sabe, aparecerem para mim, só para mim.

Há-de chegar o momento em que a viagem da espera termina, em que os hipopótamos irão instalar-se numa outra paisagem por baixo de uma outra janela e eu fico sem saber se eles existiam ou não.