25 de março de 2010


Hoje recebi uma caixa de papel ilustrada e cheia de tudo.



Parcelas de mim foram devolvidas em objectos, fotografias e cartas. Outra parte foi devolvida ao passado.



O cheiro de cada um daqueles objectos, atirados e quase esventrados dentro do caixote semi-encerrado já não deixa espaço ao tempo, deixa apenas apagá-lo e perturbar por pequenos momentos, fracções de memórias trazidas ao concreto, às cores do presente.



Estes pedaços de quase nada ficam então guardados. Um dia servirão para forrar a história do passado.



Descobri hoje que o fim não tem fim, é apenas a continuação em sentidos antagónicos.