2 de julho de 2010

rua

Estou farta de subir a métrica da rua... merda de rua que tropeça nos pés e descalça os tropeções que não me deixam passar. Estou farta... rua cinzenta de palidez escura e agonia com sabor a uma velocidade constante, sem atropelos, sem ultrapassagens, sem querer passar e virar à esquerda. A estrada corta caminho na minha rua, desenha-a a ferro espesso de alcatrão, explorando o seu centro, de dentro para fora, de quente que queima os pés, que fode a consciência se a queremos passar longe da segurança da zebra, recta, firme, palpitante pintada no negro ferro de alcatrão borbulhão e enrugado. Quero passar para o outro lado do passeio. Quero sair, sentir os pés tropeçarem nos paralelos e agarrar-me às paredes da rua sem cair nas unhas desta nova rua para onde quero passar. Parem os carros... PAREM. Mando eu!