Hoje, enquanto caminhava no meu dia, alguém interrompeu a lengalenga dos meus pensamentos e disse-me...
Ah... Afinal és poesia!
Verdadeiramente... do fundo de mim mesma, não sei se gostei da categorização em que me colocaram... Tenho a sensação até, que não gostei nada. Poesia para mim é inconstante, é a maturação de nós mesmos e a imperfeição na beleza das palavras.
Poesia é uma mistura de tudo, do passado, do agora, do errante, do que flutua, da nostalgia, da firmeza... poesia é muito, mas às vezes custa a ser alguma coisa.
Não sei se sou mesmo isto tudo, ou isto quase desfigurado de tudo... sei que sou eu... ou melhor... tento ser igual a mim na minha própria narrativa que, em alguns momentos muito bons, vou pincelando de poesia.
Só o que sonhamos é o que verdadeiramente somos, porque o mais, por estar realizado,
pertence ao mundo e a toda a gente.
Bernardo Soares